O desenho, a pintura e o Bonsai

 

 O suiboku-ga (pintura à tinta), mais conhecido como sumiê,  a arte da pintura japonesa, tem suas bases e influências na própia arte da caligrafia chinesa. É uma técnica de pintura em preto e branco originada em mosteiros budistas da China, na época da dinastia Sung (1990a.C). Trazida ao Japão pelos monges zen a partir do século XIV, o sumiê possuía temáticas religiosas que representavam elementos budistas, como o círculo, que indicava o vazio interior, ou a natureza, como as rochas e a água. O mais importante no Suiboku-ga é retratar de maneira simples a essência do elemento que vai ser retratado, mais do que o detalhe da aparência exterior. Pássaros, flores e  paisagens passaram a ser pintados a partir do século XV.desenhos-68-bonsai

Como o suiboku-ga possui traços semelhantes aos da caligrafia chinesa, muitos materiais utilizados na técnica podem ser aproveitados para a pintura, como o pote para colocar a tinta (suzuri), o pincel (fude), o papel (kami ou washi) e a tinta (sumi), esta última feita de carvão diluído em água. Entre as  ferramentas mais importantes estão os pincéis, pois a qualidade da pintura depende muito deles. Existem em quantidade muito grande, feitos com variados tipos de pelos; porém, há três categorias básicas: o grosso serve para desenhar, o suave para colorir e os dois usados juntos.

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Fabricado manualmente, o papel é geralmente feito do arroz, mas pode vir também da polpa do bambu. O papel mais comum é o xuan, de superfície branca, leve e absorvente. Utiliza-se também o papel de alumínio e cola, que possui uma superfície menos absorvente, sendo adequado para trabalhos com linhas finas.

O pai e a mãe do Suiboku-ga:

O bambu caracteriza a simplicidade da vida, por isso é o pai de espírito humilde, calmo e sábio, qualidades valorizadas no zen-budismo.  O bambu representa o  inverno e é o tema mais pintado no oriente.sumie_bamboo Seu tronco simboliza a força e as virtudes do sexo masculino, refletindo um senso de equilíbrio perfeito. Seu centro é oco, remetendo ao sentido de vazio interior do zen. Sua retidão é comparada ao caráter íntegro e o tronco firme lembra a estabilidade inabalável, apesar de flexível.

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Hotei observando uma rinha de galos, por Miyamoto Mesashi. Museu de arte de Fukuoka.

Como esta arte retratou a história e vários momentos na cultura do Japão e da China, é natural que algumas obras mostrem bonsais e penjings. Na galeria que está incluida neste post coloquei vários desenhos antigos e modernos, que nos dão inspiração e nos transportam para um Japão e China antigos, cheios de magia e de conhecimentos que são perpetuados com tinta e papel pela mão do homem.

Muitos dos desenhos são dos livros: Nipon Bonsa Association, Miniatura Bonsai de Gustafson, Bonsai Remy Samsom, Penjing de Oigquan Zhao e O Samurai de William Scott Wilson. 

Entre na galeria e veja vários desenhos e pinturas:

 

 

 


 

 

                  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma resposta to “O desenho, a pintura e o Bonsai”

  1. Cada aquarela, hein? E monocromática? Incríveis.

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